Os robôs mexem com o imaginário humano desde que os avanços tecnológicos permitiram seu surgimento. Não é à toa que autores consagrados como Isaac Asimov e Phillip K. Dick abordaram esses temas em suas obras e tiveram grande sucesso. Filmes como “Eu, robô”, “Inteligência Artificial”, “Gigantes de Aço” e “Wall-e” também conquistaram a atenção do público por tratarem deste tema.
Muitos pensavam que a inserção destas máquinas no cotidiano ainda estava longe de acontecer. Bom, esta não é a realidade — os robôs estão cada vez mais presentes em nossa vida e é importante nos acostumarmos com isso.
Uma dúvida comum quando começamos a estudar sobre o tema é: por que existem robôs com aparência humana? Por que surgiu a tendência de criar os “robôs hiper-realistas”, como chamamos as versões que se parecem tanto conosco? Continue lendo, pois, discutiremos sobre este tema tão atual!
Conheça os robôs com aparência humana mais famosos
Você já conhece os robôs humanoides, ou seja, aqueles cuja forma se assemelha com a dos seres humanos? Se ainda não, veja os mais famosos a seguir!
Robo-C
O Android Robo-C, criado pela Promobot, é um dos primeiros robôs humanoides comercializados em ampla escala, podendo ser um companheiro no cotidiano ou um atendente integrável nos negócios. Ele consegue copiar expressões faciais humanas, podendo demonstrar mais de 600 formas diferentes de expressão.
Ava
A Ava (Autodesk Virtual Agent) é o robô de chatbot da Autodesk e auxilia mais de 35 mil usuários em suas questões todo mês. Porém, sua existência sairá do meio virtual e passará para a parte física, com rosto e inteligência emocional.
O objetivo é que ela seja capaz de ouvir as pessoas, reconhecer linguagem corporal, ler reações faciais e conseguir oferecer respostas mais emocionais, a fim de gerar empatia.
Sophia
Sophia é um robô humanoide da empresa Hanson Robotics, de Hong Kong e fez muito sucesso ao ser considerada a robô mais inteligente do mundo. Já encontrou com Will Smith e já defendeu em entrevista que as máquinas devem ser parceiras dos seres humanos, e não substitutas.
A estranheza de encontrar robôs com aparência humana
Dentro desse cenário temos grandes discussões se, de fato, os robôs devem ter ou não aparência humana. Um dos principais pontos que defendem a separação de aparência entre máquinas e seres humanos é o conceito de “vale da estranheza”.
Este conceito afirma que quanto mais algo maquínico, ou seja, não-humano, se pareça com humano, nós encararemos como algo repulsivo e digno de desprezo, o que afastaria os robôs da convivência conosco.
Isso porque se trataria de uma tentativa de enganar nossos sentidos e causaria um sentimento diferente de empatia e aproximação. Quem defende essa separação afirma que é possível gerar uma afinidade entre robôs e pessoas sem apelar para semelhança.
Além disso, os defensores do conceito de “vale da estranheza” alegam que essa semelhança pode gerar expectativas nos seres humanos que as máquinas não são capazes de cumprir. Por exemplo, os robôs ainda não podem repetir de forma espontânea as expressões de emoções mais intrínsecas de humanidade.
As discussões sobre a robotização da vida cotidiana
Outra discussão bastante comum quando falamos da inserção dos robôs na vida cotidiana diz respeito às questões de substituição de profissões humanas pelas máquinas e o quanto isso impacta a sociedade. Há quem preveja, por exemplo, uma geração de desocupados cujas funções seriam substituídas pelos robôs.
Muitas vezes eles realmente podem cumprir funções que são exercidas por seres humanos. Por exemplo, os robôs de limpeza podem realizar a faxina no chão que muitos profissionais nessa área fariam. Mas ainda há outros pontos que, até o momento, apenas humanos podem fazer.
Além disso, por muitas vezes, os avanços tecnológicos foram vistos como inimigos das atividades laborais humanas. Por exemplo, a inserção dos computadores no ambiente de trabalho foi vista de forma negativa, por ter gerado a obsolescência dos datilógrafos.
Isso não significa que todos os empregos acabaram diante da informatização dos trabalhos, mas foi necessária uma reinvenção do trabalho dessa natureza. O mesmo ocorre com a robotização, de forma que novos trabalhos serão criados, sem alarde, sem pânico.
A quebra de preconceitos com os robôs com aparência humana
Mesmo com todos os receios e discussões sobre a robotização da vida cotidiana, é importante perdermos o preconceito e entender que não há necessidade de medo do uso de robôs no dia a dia. Pelo contrário, eles vêm como importantes aliados para auxiliar em nossas rotinas.
A semelhança com os seres humanos também não é gratuita — ela auxilia em uma maior empatia com os robôs. Afinal, o que causa mais estranhamento: um aparelho totalmente mecânico ou algo que se assemelhe com os seres humanos?
Além disso, muitos robôs são programados para expressarem emoções humanas, bem como comportamentos humanizados, como falar gírias, gestos, entre outros pontos. Essa é uma forma de aproximação e quebra do desconforto com a presença de um elemento tecnológico ali.
Isso permite, por exemplo, que eles sejam usados de modo mais confortável nos atendimentos ao cliente, de forma que o público se sinta mais acolhido ao estar se comunicando com uma máquina. Podem ser utilizados em outras áreas, até mesmo na medicina.
Para quem dar ordens?
Ademais, com a tendência cada vez maior de que esses componentes passem a fazer parte do dia a dia dos humanos, é normal que ocorra uma aproximação com nosso estilo. Como Bem Goertzel, criador da Sophia, que falamos no início deste texto, elucidou bem, “as pessoas preferem dar ordens ou reclamar de seu parceiro com um robô humanoide do que com um robô aspirador de pó”.
Robôs são vilões e querem dominar o mundo? Não mesmo! Eles facilitam consideravelmente o cotidiano das pessoas. Mesmo em formas não-humanoides, eles estão presentes em nosso cotidiano, seja de modo mais visível, como os atuais robôs de limpeza e dispositivos conectados com a internet (como a Alexa, da Amazon), seja de forma indireta, como os chatbots e outros tipos de robôs que não se apresentam de forma física, estando presentes nos sistemas automatizados das empresas.
Sua forma humana não deve ser um impeditivo para seu uso. Essa é uma forma de aproximação interessante com nossa rotina e nosso jeito de viver. Auxilia a transmitir emoções e gerar conexão com o interlocutor.
Os robôs são uma realidade e estarão cada vez mais presentes em nossas rotinas, principalmente na área empresarial. Então que tal já abraçar essa tendência e trazê-los para o atendimento ao cliente da sua empresa?
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